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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

1. 2. 2– A ADMINISTRAÇÃO ECLESIÁSTICA

Para que possamos ter uma melhor compreensão do que seja administração eclesiástica, temos que entender claramente os princípios básicos da administração num todo. Para tanto recorro a Idalberto Chiavenato, que afirma:

De um modo geral, aceita-se hoje o planejamento, a organização, a direção e o controle como funções básicas do administrador. Essas quatro funções básicas – planejar, organizar, dirigir e controlar – constituem o chamado processo administrativo [...]. (CHIAVENATO, 2000, p. 191).

Seguindo o raciocínio de Chiavenato, distribuímos assim as funções básicas administrativa em qualquer empresa ou organização:
Planejar: Estabelece os objetivos da empresa, especificando a forma como serão alcançados. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. É a primeira das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras funções. Organizar: É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o planejamento estabelecido.
Comandar e/ ou controlar: Faz com que os subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos definidos. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas.
Coordenar/dirigir: A implantação de qualquer planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a empresa, almejando as metas traçadas.
Embora possamos adotar alguns princípios da administração secular, a administração eclesiástica precisa ser norteada por outras normas, em virtude da sua natureza, visto a Igreja não se confundir com nenhuma sociedade ou grupo ético. Gabyapud OLIVEIRA (2012, p. 21), define administração eclesiástica como sendo responsável pela “condução das estruturas institucional, orgânica e comunitária da Igreja, mediante princípios, normas, funções e procedimentos, com o objetivo de cumprir seus propósitos biblicamente orientados”.
Podemos conceituar Administração Eclesiástica como sendo o conjunto de atividades que tem como finalidade precípua proporcionar a gestão dos recursos (humanos, materiais, financeiros e técnicos) dentro de uma instituição religiosa (Igreja), visando atingir os objetivos propostos em seu planejamento. Outro conceito de Administração Eclesiástica afirma que “Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do Pastor, no que tange à sua função de líder ou administrador principal da igreja a que serve”. (CAVALCANTI, Eudes Lopes)[1].

1. 2. 3- O TERMO BÍBLICO PARA ADMINISTRAÇÃO

A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez vezes no Novo Testamento. Por vezes é também traduzida por “mordomo” (Ryrie, 1991 p.1294)[2] ou “administrador” (Ryrie, 1991 p.1299)[3], e eventualmente, como “tesoureiro” (Ryrie, 1991 p.1431)[4] ou “curador” (Ryrie, 1991 p.1477)[5].
A responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é mencionada nove vezes, sendo traduzida por “administração” (Ryrie, 1991 p. 1299)[6], “dispensação” (Ryrie, 1991 p.1499)[7] ou “serviço” (Ryrie, 1991 p.1516)[8]. O conjunto de palavras tem como radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e “lei” (Gr. nomos).
No grego clássico, oikonomia significava, originalmente, a gerência de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim, o termo é oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia. Despenseiro equivale a ecônomo, originalmente um indivíduo encarregado da administração de uma casa grande (Ryrie, 1991 p. 873; 1299)[9]


[1]Administrando a igreja. Disponível em: http://preudescavalcanti.blogspot.com.br/2010/02/administrando-igreja.html. Acesso: 04/04/2013 às 14h00min.
[2] Evangelho de Lucas 12.42
[3] Evangelho de Lucas 16.1
[4] Carta aos Romanos 16.23
[5]Carta aos Gálatas 4.2
[6]Evangelho de Lucas 16.2
[7] 1ª Carta aos Colossenses 1.25
[8] 1ª Carta a Timóteo 1.4
[9]Cf. Livro de Isaias 22: 19,21; Evangelho de Lucas 16:1-17

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