Para que possamos ter uma melhor compreensão do
que seja administração eclesiástica, temos que entender claramente os
princípios básicos da administração num todo. Para tanto recorro a Idalberto
Chiavenato, que afirma:
De um modo geral, aceita-se hoje o planejamento, a
organização, a direção e o controle como funções básicas do administrador.
Essas quatro funções básicas – planejar, organizar, dirigir e controlar –
constituem o chamado processo administrativo [...]. (CHIAVENATO, 2000, p. 191).
Seguindo o raciocínio de Chiavenato, distribuímos
assim as funções básicas administrativa em qualquer empresa ou organização:
Planejar: Estabelece os objetivos da empresa,
especificando a forma como serão alcançados. Parte de uma sondagem do futuro,
desenvolvendo um plano de ações para atingir as metas traçadas. É a primeira
das funções, já que servirá de base diretora à operacionalização das outras
funções. Organizar: É a forma de coordenar todos os recursos da empresa, sejam
humanos, financeiros ou materiais, alocando-os da melhor forma segundo o
planejamento estabelecido.
Comandar e/ ou controlar: Faz com que os
subordinados executem o que deve ser feito. Pressupõe que as relações
hierárquicas estejam claramente definidas, ou seja, que a forma como
administradores e subordinados se influenciam esteja explícita, assim como o
grau de participação e colaboração de cada um para a realização dos objetivos
definidos. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a
probabilidade de que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e ditadas.
Coordenar/dirigir: A implantação de qualquer
planejamento seria inviável sem a coordenação das atitudes e esforços de toda a
empresa, almejando as metas traçadas.
Embora possamos adotar alguns princípios da
administração secular, a administração eclesiástica precisa ser norteada por
outras normas, em virtude da sua natureza, visto a Igreja não se confundir com
nenhuma sociedade ou grupo ético. Gabyapud OLIVEIRA (2012, p. 21), define administração eclesiástica como sendo responsável
pela “condução das estruturas institucional, orgânica e comunitária da Igreja,
mediante princípios, normas, funções e procedimentos, com o objetivo de cumprir
seus propósitos biblicamente orientados”.
Podemos conceituar Administração Eclesiástica
como sendo o conjunto de atividades que tem como finalidade precípua
proporcionar a gestão dos recursos (humanos, materiais, financeiros e técnicos)
dentro de uma instituição religiosa (Igreja), visando atingir os objetivos
propostos em seu planejamento. Outro conceito de Administração Eclesiástica
afirma que “Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados
ao trabalho do Pastor, no que tange à sua função de líder ou administrador principal
da igreja a que serve”. (CAVALCANTI, Eudes Lopes)[1].
1. 2. 3- O TERMO BÍBLICO PARA ADMINISTRAÇÃO
A palavra despenseiro (Gr. oikonomos) é encontrada dez vezes no
Novo Testamento. Por vezes é também traduzida por “mordomo” (Ryrie, 1991 p.1294)[2] ou “administrador” (Ryrie, 1991 p.1299)[3], e eventualmente, como
“tesoureiro” (Ryrie,
1991 p.1431)[4] ou “curador” (Ryrie, 1991 p.1477)[5].
A responsabilidade do despenseiro (Gr. oikonomia) é mencionada nove vezes, sendo traduzida por
“administração” (Ryrie, 1991 p. 1299)[6],
“dispensação” (Ryrie,
1991 p.1499)[7] ou “serviço” (Ryrie, 1991 p.1516)[8]. O conjunto de palavras
tem como radicais os vocábulos “casa” (Gr. oikos) e “lei” (Gr. nomos).
No grego clássico, oikonomia significava, originalmente, a gerência
de um lar, e oikonomos denotava o mordomo da casa. No latim,
o termo é oeconomia, de onde se deriva o nosso vocábulo economia.
Despenseiro equivale a ecônomo, originalmente um indivíduo encarregado da
administração de uma casa grande (Ryrie, 1991 p. 873; 1299)[9]
[1]Administrando
a igreja. Disponível em:
http://preudescavalcanti.blogspot.com.br/2010/02/administrando-igreja.html.
Acesso: 04/04/2013 às 14h00min.
[2]
Evangelho de Lucas 12.42
[3]
Evangelho de Lucas 16.1
[4]
Carta aos Romanos 16.23
[5]Carta
aos Gálatas 4.2
[6]Evangelho
de Lucas 16.2
[7]
1ª Carta aos Colossenses 1.25
[8]
1ª Carta a Timóteo 1.4
[9]Cf.
Livro de Isaias 22: 19,21; Evangelho de Lucas 16:1-17
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