Por mais que o
assunto seja considerado repetitivo, devido às suas múltiplas facetas e por
suas inúmeras inserções na chamada grande imprensa, faz-se necessário pensar
nas origens do Covid 19, ou Coronavírus como é popularmente conhecido, e como o
mesmo se transformou em uma pandemia, visto hoje o mesmo atingir centenas de
países em todos os continentes, e apesar da descoberta da vacina, atentarmos
para as dificuldades que se tem enfrentado para que a imunização contra esta
nova e terrível “gripe” se torne realidade na vida de milhões e milhões de
pessoas vulneráveis.
Particularmente, como pandemia considero que
o Covid 19 tem o seu lugar no cumprimento de alguma Lei Cósmica. Como uma
antinomia da natureza, ela possui os dois lados, positivo e negativo, somos nós
que devemos fazer a síntese para descobrir onde está o ponto de equilíbrio e
compreendermos este evento no seu todo.
Diante dos vieses políticos, financeiros e até religiosos que cercam o assunto,
quando o tema é o Covid 19, é necessário ver o todo, caso contrário passaremos
batidos por esta que parece ser a maior vilã da sociedade atual. Devemos, pelas
nossas reflexões, procurar encontrar um meio termo que nos permita ver além do
problema em si, perscrutando qual a mensagem que está oculta por trás do que
estamos vendo, ouvindo e aprendendo com as informações que recebemos sobre este
assunto.
Segundo Plotino (205 – 270 a.C.) “Cada alma
possui efetivamente alguma coisa que a inclina para o corpo e ao mesmo tempo
alguma coisa que a eleva a Deus”, esta talvez seja a função mais incisiva da
pandemia; conduzir o homem, independente do seu status quo, a buscar “esta
coisa que o eleva a Deus”, haja posto que conscientemente o primeiro impulso, a
tendência inata, é a inclinação para o corpo.
Em sendo assim, alguns tentam ligar o
surgimento deste novo vírus, como ocorreu com o EBOLA, com a destruição das
florestas e a migração de animais silvestres para as áreas urbanas e também
certos vírus que antes estavam presentes apenas nesses animais que em virtude
desta nova convivência acaba infectando seres humanos. Existem pessoas que
associam o surgimento do coronavírus a hábitos alimentares, principalmente com
o consumo de carnes de animais silvestres, hábito bastante presente na China e
em diversos outros países asiáticos, africanos e de outros continentes. Outros
também tentam identificar suas origens em dimensões transcendentais, como
alguns neopentecostais que dizem “ser tudo isto obra do diabo, de satanás”.
Não poderia deixar de lembrar dos que usam a
teoria da conspiração e dizem que a origem é militar e geopolítica e está
associada à produção de armas biológicas, que todas as potências militares
possuem e continuam fabricando, e citam até o evento dos jogos militares
mundiais que foram realizados há pouco tempo (2019) na cidade de Wuhan, na
China, local considerado o epicentro desta pandemia que está estrangulando a
economia mundial e provocando um verdadeiro pânico ou cataclisma entre a
maioria das pessoas e seus governantes.
Também somos levados a pensar nas profecias maias
– a mais recente o fim do mundo agora em 2012, ou em Nostradamus, nas quadras
de suas centúrias, nas quais descreveu a 3ª Guerra Mundial, precedida por
grandes calamidades.
E, finalmente, muitos com inspiração na
Bíblia, no Apocalipse, não titubeiam em dizer que tudo isto está escrito
através das visões de São João, na Ilha de Patmos sobre o que passou a ser
denominado de fim do mundo ou fim dos tempos. Por isso, o livro de Apocalipse
está quase sempre associado a pragas, ruina e destruição.
Como é do conhecimento de grande parcela de
nossos leitores, a maioria das profecias feitas até hoje anunciaram e ainda
anunciam acontecimentos negativos e dramáticos para a humanidade. A crise geral
com a qual se confrontam há muitos anos parecem dar créditos à estas profecias
e por esta razão suscitam temores e angustias que alguns não hesitam em
alimentar e explorar para as mais diversas finalidades.
Entretanto como conhecedores da realidade que
emblematicamente envolve a pandemia e as profecias tentando sufocar e
obscurecer a crença do homem nos seus valores básicos, entendemos que não se
deve considerar tais profecias ao pé da letra, visto que muitas delas tem
apenas, no melhor dos casos, valores simbólicos e alegóricos.
Um velho profeta veterotestamentário,
alcunhado por Jeremias (650 – 570 a. c.), ao presenciar o sofrimento e o
desalento; moral, espiritual, material e político (toda semelhança com os
resultados oriundos do Covid 19 é pura semelhança... Será?) ao se ver
convivendo com a realidade dos seus contemporâneos exclamou ao seu Deus: “Quero
trazer à memória o que me pode dar esperança” – Livro das Lamentações, capitulo
3 e verso 21. O venerável profeta estava sutilmente dizendo aos outros profetas ao seu redor que,
“a profecia mais útil é aquela que anuncia um mundo melhor”; se referindo ao
fato de que as profecias quando invocadas, antes de tudo, deve trazer para o
ser humano uma perspectiva positiva com vista a respeito do futuro.
Relata uma lenda grega que o
deus Apolo se apaixonou por Cassandra, filha dos reis de Troia e, por isso,
ensinou-lhe a arte da adivinhação. Porém, depois que recebeu este dom, ela
desprezou o deus que irado pelo desprezo, e sentindo-se rejeitado, cuspiu na boca
de Cassandra e a amaldiçoou. A partir daí, Cassandra passou a fazer suas
previsões de maneira histérica, gritando, arrancando os cabelos e movimentando
seu corpo de maneira desordenada e nenhuma pessoa acreditou nas previsões da
bela mulher, muito embora fosse considerada como uma das melhores sacerdotisas
que já teria existido; por isso creio ser nosso dever termos o necessário
discernimento a respeito do papel de nossos profetas modernos evitando vermos
nas suas previsões e profecias apenas desgraças.
Precisamos tomar cuidado para não sermos taxados de “Cassandra” e ver tudo de maneira negativa.
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