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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

A PANDEMIA E O CUIDADO COM O CORPO NA BÍBLIA.

 

Manoel de Jesus[1]

 

A Bíblia afirma categoricamente que devemos cuidar bem dos nossos corpos. Em Efésios 5:29 nos diz: “Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida...”

Um paradoxo existente no meio cristão é o cuidado que certos irmãos tem com sua vida espiritual, da alma, por entender que há um ordenamento divino nesse sentido, porém, negligenciam o cuidado com o corpo, motivados pelo fato de o mesmo ser sua habitação temporária, o que os leva a não se preocupar com o aspecto físico, ou seja, terminam por crer que o corpo por não ser eterno, não merece o mesmo cuidado dispensado à alma.

Lêdo engano! Nosso corpo também deverá estar bem cuidado na dimensão da saúde física, esteticamente falando, pois se assim o fizermos estaremos demonstrando nossa obediência ao ensinamento bíblico, fartamente citado no Canon Sagrado, entre cujas citações neotestamentária, estão as que contam neste artigo.

Partiremos da premissa encontrada em 1º Coríntios, 6: 19-20: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus"; ou seja, Paulo nos revela a dualidade, ou totalidade do corpo, num entendimento complexo e completo da Palavra de Deus em Gênesis 2:7: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. Isto significa que devemos cuidar de nosso corpo, de maneira geral: interna – da alma; e externamente – o aspecto físico, visto que se prestará conta num todo “do vosso corpo e do vosso espírito” diante de Deus.

Esta dualidade do corpo (alma e espírito) na prestação de contas “diante de Deus”, se veste de uma nudez bastante sensata nas palavras encontradas em 1º Tessalonicenses 5:23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso corpo, alma e espírito sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. Entendemos claramente o propósito de que daremos conta a Ele de nosso ser como um todo, por isto devemos também cuidar da nossa saúde física, haja visto sermos apenas mordomos que zelam pelo templo do Seu Espírito. Esta dicotomia (dualidade) do corpo nos induz a pensar em como ele (o corpo) traduz nosso compromisso com a memória de Cristo.

Em 2º Coríntios encontramos a seguinte orientação paulina: “Porque todos devemos comparecer ante do tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal”. Não podemos esquecer-nos, e ter sempre em mente, que tudo o que fazemos reflete em nosso espírito, e consequentemente, em nosso caminho para a perfeição, a salvação.

Nestes tempos de pandemia, o cuidado com nosso corpo, biblicamente falando, pode ser entendido como “um sacrifício vivo”. A Bíblia diz em Romanos, 12:1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Isto quer dizer que se cuidarmos de nosso corpo tanto quanto cuidamos do nosso espírito, então nos aproximaremos mais completamente de Deus, e para tanto basta fazermos uso do bom senso, pois qualquer que se diz Cristão que deixar perecer o corpo físico, estará atraindo a ira de Deus para si, pois “Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo” - 1º Coríntios 3:17.

Fiel ao pensamento da não destruição do corpo como “templo de Deus”, há no Novo Testamento um exemplo de como o Senhor valoriza o vaso de barro que somos (“Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós”. 2º Coríntios 4:7). Em 2º Coríntios 12:7, o apóstolo Paulo relata que sofre com um “espinho na carne”. Muito se discute sobre o que seja este “espinho”. As especulações são as mais diversas possíveis. Seja uma doença física ou um desejo pecaminoso, o espinho na carne causava dor e sofrimento em Paulo. Para cuidar da saúde física do aguerrido missionário, Deus providenciou Lucas, um médico – confere Colossenses, 4: 14: - “Lucas, o médico amado”; que passou a acompanhar o apostolo em sua vida ministerial. Um médico que, segundo Filemon, 1:24, em seu exercício profissional se tornou um “colaborador”. Quando todos o abandonaram – confere 2º Timóteo, 1: 15, apenas o médico amado, por um designo de Deus, permaneceu com ele, conforme relata 2º Timóteo 4: 11 – “Só Lucas está comigo”.      

Para podermos continuar testemunhando o poder e o cuidado de Deus para com nossos corpos precisamos compreender e viver esta dualidade maravilhosa – o cuidado com a matéria e o espirito. Devemos nos ater que ante o enfrentamento pandêmico, o cuidado com o corpo compreende dois fatores: O interno (cuidados espirituais) tais como leitura diária da Bíblia, orações, entrega dos dízimos, a assistência aos cultos online; e o externo (cuidados materiais), ou seja, os cuidados higiênicos, a não exposição indevida deste “vaso de barro” evitando aglomerações, a alimentação correta, o jejum, a assistência médica em casos necessários, etc, etc. Visto biblicamente não podermos alegar ignorância quanto a essas verdades.

Agradeçamos a Deus diariamente, e uma das formas de externar este agradecimento, é cuidar deste nosso “vaso de barro” que é o revestimento da nossa alma, para que tenhamos saúde física e mental através da nossa autoestima para atingir nossos objetivos; pessoais, espirituais, para vivermos mais tempo com mais energia e alegria, para a honra e a glória do Nosso Senhor Jesus Cristo e deleite espiritual daqueles que amamos e pelos quais somos amados.



[1] - Especialista em Gestão Educacional e Empresarial - Faculdade EDUVALE/Jaciara-MT; e especialista em Gestão Pública – IFMT/MT. Bacharel em Administração – Faculdade EDUVALE/Jaciara-MT; e Discente do curso de Direito – INVEST/Coxipó.


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