Manoel de
Jesus[1]
A Bíblia afirma
categoricamente que devemos cuidar bem dos nossos corpos. Em Efésios 5:29 nos
diz: “Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela
cuida...”
Um paradoxo existente no meio cristão é o cuidado que certos irmãos tem
com sua vida espiritual, da alma, por entender que há um ordenamento divino
nesse sentido, porém, negligenciam o cuidado com o corpo, motivados pelo fato
de o mesmo ser sua habitação temporária, o que os leva a não se preocupar com o
aspecto físico, ou seja, terminam por crer que o corpo por não ser eterno, não
merece o mesmo cuidado dispensado à alma.
Lêdo engano! Nosso corpo
também deverá estar bem cuidado na dimensão da saúde física, esteticamente
falando, pois se assim o fizermos estaremos demonstrando nossa obediência ao
ensinamento bíblico, fartamente citado no Canon Sagrado, entre cujas citações
neotestamentária, estão as que contam neste artigo.
Partiremos da
premissa encontrada em 1º Coríntios, 6: 19-20: “Ou não sabeis que o nosso corpo
é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não
sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a
Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus"; ou
seja, Paulo nos revela a dualidade, ou totalidade do corpo, num entendimento
complexo e completo da Palavra de Deus em Gênesis 2:7: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou
em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. Isto
significa que devemos cuidar de nosso corpo, de maneira geral: interna –
da alma; e externamente – o aspecto físico, visto que se prestará conta num
todo “do vosso corpo e do vosso espírito” diante de Deus.
Esta dualidade
do corpo (alma e espírito) na prestação de contas “diante de Deus”, se veste de
uma nudez bastante sensata nas palavras encontradas em 1º Tessalonicenses 5:23:
“E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso corpo, alma e
espírito sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo”. Entendemos claramente o propósito de que daremos conta a
Ele de nosso ser como um todo, por isto devemos também cuidar da nossa saúde
física, haja visto sermos apenas mordomos que zelam pelo templo do Seu
Espírito. Esta dicotomia (dualidade) do corpo
nos induz a pensar em como ele (o corpo) traduz nosso compromisso com a memória
de Cristo.
Em 2º
Coríntios encontramos a seguinte orientação paulina: “Porque todos devemos
comparecer ante do tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que
tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal”. Não podemos esquecer-nos, e ter
sempre em mente, que tudo o que fazemos reflete em nosso espírito, e
consequentemente, em nosso caminho para a perfeição, a salvação.
Nestes tempos
de pandemia, o cuidado com nosso corpo, biblicamente falando, pode ser
entendido como “um sacrifício vivo”. A Bíblia diz em Romanos, 12:1: “Rogo-vos,
pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” Isto
quer dizer que se cuidarmos de nosso corpo tanto quanto cuidamos do nosso
espírito, então nos aproximaremos mais completamente de Deus, e para tanto
basta fazermos uso do bom senso, pois qualquer que se diz Cristão que deixar
perecer o corpo físico, estará atraindo a ira de Deus para si, pois “Se alguém
destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois
vós, é santo” - 1º Coríntios 3:17.
Fiel ao pensamento da não destruição do corpo
como “templo de Deus”, há no Novo Testamento um exemplo de como o Senhor
valoriza o vaso de barro que somos (“Temos, porém, este tesouro em vasos de
barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós”. 2º Coríntios 4:7). Em 2º Coríntios 12:7, o apóstolo
Paulo relata que sofre com um “espinho na carne”. Muito se discute sobre o que
seja este “espinho”. As especulações são as mais diversas possíveis. Seja uma
doença física ou um desejo pecaminoso, o espinho na carne causava dor e
sofrimento em Paulo. Para cuidar da saúde física do aguerrido missionário, Deus
providenciou Lucas, um médico – confere Colossenses, 4: 14: - “Lucas, o médico
amado”; que passou a acompanhar o apostolo em sua vida ministerial. Um médico que,
segundo Filemon, 1:24, em seu exercício profissional se tornou um “colaborador”.
Quando todos o abandonaram – confere 2º Timóteo, 1: 15, apenas o médico amado,
por um designo de Deus, permaneceu com ele, conforme relata 2º Timóteo 4: 11 –
“Só Lucas está comigo”.
Para podermos
continuar testemunhando o poder e o cuidado de Deus para com nossos corpos
precisamos compreender e viver esta dualidade maravilhosa – o cuidado com a
matéria e o espirito. Devemos nos ater que ante o enfrentamento pandêmico, o cuidado com o corpo compreende dois fatores: O
interno (cuidados espirituais) tais como leitura diária da Bíblia, orações,
entrega dos dízimos, a assistência aos cultos online; e o externo (cuidados
materiais), ou seja, os cuidados higiênicos, a não exposição indevida deste
“vaso de barro” evitando aglomerações, a alimentação correta, o jejum, a
assistência médica em casos necessários, etc, etc. Visto biblicamente não podermos
alegar ignorância quanto a essas verdades.
Agradeçamos a Deus diariamente, e uma das
formas de externar este agradecimento, é cuidar deste nosso “vaso de barro” que
é o revestimento da nossa alma, para que tenhamos saúde física e mental através
da nossa autoestima para atingir nossos objetivos; pessoais, espirituais, para
vivermos mais tempo com mais energia e alegria, para a honra e a glória do
Nosso Senhor Jesus Cristo e deleite espiritual daqueles que amamos e pelos
quais somos amados.
[1]
- Especialista em Gestão
Educacional e Empresarial - Faculdade EDUVALE/Jaciara-MT; e especialista em
Gestão Pública – IFMT/MT. Bacharel em Administração – Faculdade
EDUVALE/Jaciara-MT; e Discente do curso de Direito – INVEST/Coxipó.
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