Manoel de Jesus
I - VISÃO GERAL[1]:
Casal de cientistas
que trabalha com a nanotecnologia, especificamente na área de inteligência artificial,
ao saber da morte prematura de um deles, resolve transferir a consciência do
moribundo para uma máquina.
II - REFLEXÕES:
II. 1 = Inteligência Artificial:
O casal de cientistas, Will Caster (interpretado por Johnny
Deep) e sua esposa Evelyn (interpretada por Rebecca Hall) desenvolve um
sistema de inteligência artificial que lhes permitiu a transferência e a
interação da consciência e alguns dos sentidos de um símio (macaco) para um
sistema computadorizado graças ao uso da nanotecnologia desenvolvido num mega
computador.
: II. 2 = Medo do
desconhecido:
Indiferente aos
possíveis benefícios que possivelmente poderiam advir com o uso da
nanotecnologia via inteligência artificial a ser aplicada nos vários segmentos
que compõem a bio esfera e a medicina humana, previstos por Caster; um grupo de
ativistas denominados RIFT, liderado por Bree (interpretada por Kate Mara)
receosos ante a nova descoberta cientifica e temendo o perigo do
desenvolvimento da mesma, cometem uma série de atentados violentos a centros de
pesquisas de tecnologia de ponta, inclusive o brilhante cientista. Will Caster,
vitimado pessoalmente numa tentativa de homicídio, sobrevive, mas descobre que
foi atingido por um projétil envenenado e terá poucos dias de vida.
II.3 = Desdobramento pós-atentados:
De comum acordo o casal de cientistas resolve transferir a
consciência de Will Caster para o computador que anteriormente servira como
objeto de ensaio com o símio.
O amigo e pesquisador Max Waters (interpretado por Paul Bettany)
por um breve período de tempo ajuda Will e Evelyn no objetivo proposto, porém
ao ouvir um dialogo travado por meio da interface do computador entre a
consciência de Will e Evelyn e, simultaneamente como resultado a busca de mais
dados e conecção online sugerido por Will, ele (Max) se assusta temendo as
consequências que poderão advir e propõe a Evelyn desligar a maquina tornando Will
off-line.
Evelyn, ainda sob a
dor da perda e alheia aos perigos de se permitir a consciência do esposo
online, opta por dispensar a ajuda do amigo e prosseguir no intento inicial.
Como resultado do poder e do conhecimento adquirido, eles (Will e Evelyn) criam
um enorme centro de desenvolvimento com tecnologias inovadoras como a nano
medicina e a nano robótica.
Porém ao descobrir a
alteração dos seres humanos em nano robôs, originários de uma interface
bio-máquina, Evelyn começa a perceber o perigo nas ações de Will e resolve
ajudar o grupo RIFT a destruir, por meio de um vírus, a consciência on-line de
seu esposo, Will Caster.
III – DA VIDA EM SOCIEDADE E SUAS IMPLICAÇÕES:
Apesar
do epíteto da ideia inicial, o filme revela ao observador atento que o mesmo transformou
em ficção problemas inerentes à dualidade do livre arbítrio humano partindo do
principio que nossa consciência nos permite
tomar decisões sempre em torno de um objetivo proposto. Gravitamos em um
circulo social composto por pessoas com índoles diferentes; algumas boas, outras
más que em comum, alguma vez, em algum instante, tomam decisões erradas.
Parafraseando Durkheim[2] (2004, p. 31 e seguintes)
podemos aplicar a Will Caster a natureza (coercitiva) da sociedade sob as ameaças de punições
como o risco de morte ou isolamento social, haja visto seu comportamento
inaceitável por ativistas e mesmo por membros da comunidade científica
contrários à expansão e uso da inteligência artificial na determinação de
realizar seu intento, independente de suas vontades individuais (natureza
externa).
Nas cenas; iniciais quando Max Waters entra no jardim; e nas
finais – vista panorâmica local, somos induzidos a admitir que as intenções de
Will eram realmente boas; tais como purificar o ar, tornar a água pura, possibilitar
o reflorestamento, etc, etc, porém o poder que Caster exponencialmente adquiriu enquanto on-line,
assustou a todos, pois com o mesmo, ele (Will Caster) poderia dominar e
controlar o mundo todo. Tal qual o cientista uma máquina consciente estaria
sujeito a essas mesmas possibilidades. com a condicionante de que a presença
do homem representa uma força ameaçadora à sua continuidade existencial.
No emaranhado de opiniões que o filme
em tela suscita, não obstante o aspecto filosófico moral ou amoral, ou a
ausência no tribunal brasileiro de uma lei especifica sobre o assunto, podemos
adicionar o Juridiquês inicialmente incluindo a
inteligência artificial como potencial elemento contraditório ao Capitulo II que
trata dos direitos sociais na Constituição Federal, se levados a questionar o
Art. 7º, Alínea XXVII[3]:
“proteção em face da automação, na forma da lei”; como elemento de discursão
no quesito de proteção humanitária a pessoa sem condições de acesso à educação
tecnológica.
Palavras chaves: Transcendence. Filme. Inteligência artificial.
[1] Ficha Técnica: Título: Transcendence – A
Revolução. Título Original: Transcendence. País: EUA. Ano: 2014. Direção: Wally Pfister.
[2] As
regras do método sociológico. Emíle Durkheim. Ed. Martin Claret, 2004. São
Paulo/SP
[3]
Vade Mecum. Senador Josè Medeiros. Ed. Senado Federal, Brasília/DF, 1ª edição,
2017.
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