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terça-feira, 30 de março de 2021

BATISTAS REALIZAM 25 HORAS DE ORAÇÃO ON LINE COM PARTICIPAÇÃO DE IGREJAS DE MATO GROSSO


                                                                    Manoel de Jesus

 

Nos dias, 01 e 02 de abril, estará acontecendo o evento denominado “25 Horas de Oração”, oportunidade em que as Igrejas Cristãs, afiliadas à Convenção Batista Brasileira (CBB) estarão reunidas especificamente em clamor numa campanha de intercessão em favor do Brasil e do povo que compõem esta nação.

Idealizada e liderada pela Junta de Missões Nacionais (JMN) direcionada a todo o território nacional, as Igrejas, subsecção de pastores e associações participarão de uma atividade espiritual, tendo como base de reflexão o texto do apostolo Paulo em 2ª Coríntios, 4. 16; “Por isso nunca ficamos desanimados. Mesmo que o nosso corpo vá se gastando, o nosso espírito vai se renovando dia a dia”. O evento que começa nesta quinta-feira (1º de abril), às 18h, e se estenderá até às 19h de sexta-feira (2 de abril), será no formato de uma sala de oração on-line. Toda a vigília será transmitida ao vivo pelas redes sociais da JNN.

De acordo com a divulgação do programa, as 25 horas em oração, serão divididas em 23 temas, um para cada período de uma hora na sala de oração on-line, que com intervalos, somarão 25 horas ininterruptas de clamor. Cada tema se desdobrará em 6 períodos de 10 minutos, com um motivo específico para cada período. Ao todo, serão 138 motivos de oração.  As lideranças das Igrejas Batistas de MT, composta pelas comunidades batista brasileira, esperam ter a participação maciça dos pastores e líderes neste acontecimento, em função do momento ímpar que as igrejas estão vivendo num todo.

Pastor Robson Gomes, um dos líderes batistas no Mato Grosso, ressaltou o empenho de todos os participantes, tendo em vista que se trata de dias úteis da semana em que muitos estarão envolvidos também em suas atividades diárias. "Os batistas estão se juntando para clamar a Deus por misericórdia e intervenção em favor de nós brasileiros. É muito empolgante ver essa mobilização, essa disposição de tantas igrejas, pastores e demais irmãos e irmãs em favor do nosso povo e do nosso ideário de servir ao Rei dos Reis”, enfatizou.

Você também pode participar de várias maneiras:

- Participação on-line – Através da sala de oração;

- Orando individualmente (escolha um ou mais períodos de 10 minutos e interceda pela motivos sugeridos e o que Deus acrescentar no seu coração);

- Ore em grupo (reúna amigos ou famíliares e monte um “relógio de oração) ou seja, um roteiro de oração, dividido em horas, para que cada pessoa escolha uma delas para orar. Proponha isto nos gruppos de whatsapp de sua igreja ou amigos);

- E, para participar das 25 horas de oração com a Junta de Missões Nacionais, e as igrejas batistas do Brasil, basta acessar o link: www.missoesnacionais.org.br/saladeoracao

domingo, 28 de março de 2021

CONSTRUINDO PONTES NA PANDEMIA


Costuma-se considerar uma ponte como uma estrutura física usada para ligar dois pontos. A necessidade de haver pontes geralmente se baseia nas circunstâncias que separam os dois pontos e na utilidade desses pontos no que se refere a sua aceitação por parte dos homens. O uso mais comum de uma ponte é o de servir de ligação entre dois pontos separados por um rio ou lago, de modo que possamos nos mover de um ponto ao outro com o mínimo de esforço e o máximo de comodidade. Uma ponte pode também servir para unir as duas beiradas de um outro espaço cuja transposição seria dificultada sem a mesma.

Em outras palavras, a ponte é um elo de ligação. É um elo do qual só se sente sua falta quando dela não se dispõe. Resumindo, podemos afirmar, que é o recurso que literalmente liga dois pontos. Podemos também recorrer à figura da ponte quando estamos buscando estabelecer a relação entre dois conceitos ou ideias diferentes. Os meios pelos quais conceitos ou ideias se relacionam geralmente são considerados em termos de conhecimento e, nesse sentido, o conhecimento se torna uma ponte.

Qualquer coisa que ligue dois conceitos ou duas condições, de modo que se relacionem em termos de conhecimento, pode ser considerada como uma ponte. Porém uma das pontes mais difíceis de se construir, é a que liga o acesso entre os mundos, o material e o espiritual. Ligar ou relacionar o mundo material com o mundo espiritual ou imaterial, na maioria das vezes é visto como meninice ou loucura.

Um dos modos, seguramente o mais conhecido e o menos explorado adequadamente, é a experiência do convívio cristão que atua como uma ponte por nos possibilitar reconhecer a existência de duas naturezas do ser: a material e a espiritual. Dentro desta teórica o homem não se manifesta como uma entidade física independente, nem como uma alma independente. Enquanto vive aqui na Terra, o homem se expressa como corpo material e alma espiritual, e deve coordenar essas duas naturezas do ser na busca de um equilíbrio harmonioso com outros seres humanos para assim extrair o máximo de sua finalidade como ponte na união destes dois mundos – a saber, o corpo e a alma.

Um dos resultados da pandemia é a sensação que sentimos de estar em um cativeiro dentro dos muros do eu; isolados, vulneráveis, alguns se sentindo como um corpo sem alma, outros com o sentimento de uma alma despida do corpo. Inegavelmente ambas as sensações atuam como um imenso precipício, uma enorme cratera, que indicam a necessidade urgente de uma ponte que sirva como elo para o seu reencontro. Embora hoje tenhamos ao nosso dispor tecnologias e facilidades de comunicação nunca visto antes, nunca as pessoas se sentiram tão solitárias como na atualidade. Estão faltando pontes para ligar o mundo material e espiritual e sobrando muros de isolamento e precipícios de destruição entre os homens.

Tive a benção de conviver com alguns religiosos na escola Pio XII, em Itambacuri/MG onde aprendi com um sábio professor da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, que “as pessoas mais importantes para nós são aquelas que se fazem de ponte e nos ajudam na travessia. E, depois de terem cumprido sua missão, desmoronam-se com prazer, permitindo que cada um de nós possa construir suas próprias pontes”. Enquanto não percebermos a ponte que existe em cada um de nós – mesmo na redoma da pandemia que convivemos, seremos incapazes de perceber a imensa extensão da existência que transcende o mundo material que nos prende.

 

quinta-feira, 18 de março de 2021

OLHANDO PARA A FRENTE


 Como podemos utilizar nossas más experiências do passado sem deixarmo-nos condicionar por elas, para atingirmos nossos ideais do presente e do futuro?


A revista Pesquisa FAPESP (publicada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) em sua edição de 26 março de 2020, exatos 12 meses, trouxe em suas páginas uma comparação histórica das causas e dos efeitos da pior epidemia do século passado (XIX), a gripe espanhola; com a moderna COVID-19, epidemia atual que assola o mundo e em particular o Brasil.

“A pandemia do coronavírus guarda semelhanças com a da gripe espanhola, também de alcance mundial, com um impacto devastador: infectou cerca de 500 milhões de pessoas, o equivalente a um terço da população mundial na época, e matou entre 25 a 50 milhões, em geral com 20 a 40 anos de idade, de 1918 a 1920.

Na cidade de São Paulo, em poucos meses a epidemia matou 5.300 paulistanos, o equivalente a 1% da população da capital, e foi tão intensa que os mortos se acumulavam nas ruas até serem recolhidos; a cidade do Rio de Janeiro viveu uma situação similar.

Embora em outro contexto histórico – não havia equipamentos de proteção para quem atendia os doentes, as pessoas morriam em geral em suas próprias casas e não se conhecia ainda o material genético dos vírus –, a epidemia de gripe também gerou desorganização econômica e social, já que os portos, o transporte e outros serviços públicos pararam de funcionar.

“Em todo o mundo, o discurso das autoridades do governo sobre o controle da epidemia conflitava com a imensa dificuldade das equipes dos serviços de saúde em atender as pessoas doentes”, diz a historiadora Anny Torres, professora das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e de Ouro Preto (UFOP) e autora do livro Influenza espanhola e a cidade planejada: Belo Horizonte, 1918 (Fino Traço, 2007).

A minha escolha, e a necessidade de transcrever, ipsis litteris, alguns trechos do estudo supra citado, advém de uma citação feita pelos âncoras William Bonner e Renata Vasconcellos, – do Jornal Nacional, edição do dia 17 de março corrente, que foi ao ar pela Rede Globo de Televisão. Para os conhecedores do estudo, Bonner e Vasconcellos pareciam ler um trecho cruel e mais estarrecedor da situação brasileira no século passado, mas não, eles, os âncoras, não mais em 1920; mas sim em pleno século 21, estavam falando e mostrando uma realidade atual, minha e sua, em pleno ano de 2021!!!

Não existe nada tão perfeito quanto uma retrospectiva feita pelos repórteres da Rede Globo de TV, não é mesmo? Porém Bonner e Vasconcellos, não estavam fazendo retrospectiva e nem lendo as páginas do documentário supra citado, eles falavam de um Brasil real. Se tivéssemos essa percepção há três anos atrás, poderíamos ter evitado muitas ou a maioria das armadilhas – políticas e sociais nas quais caímos até agora. Poderíamos ter feito muito mais se tivéssemos então compreendido o que nos esperava e que agora já sabemos. E, obviamente, ficamos torcendo por uma chance de voltar atrás e recomeçar. Esta é a natureza da retrospectiva, mas não a do tempo.

Contudo, o lado positivo disso é que agora sabemos que alguns adquiriram mais conhecimento, outros um grau maior de sabedoria, porém todos ganharam mais experiência com o trato da individualidade no contexto da coletividade. Sabemos, os que permanecerem com vida após a passagem pelo Covid 19, que agora somos mais bem preparados para lidar construtivamente com nossa situação atual e com futuras experiências endêmicas. Um pensamento interessante é que o bom discernimento vem da experiência e a experiência, embora ensinada no coletivo é adquirida no individual!

O homem sábio, entende que todo dia é uma oportunidade de crescimento. Encara as dificuldades presentes, independente das quais pode se beneficiar, na medida em que ganha maior entendimento e habilidade para controlar acontecimentos novos e difíceis.

Entretanto comparando a história das pandemias, de 1918/1920, com a atual, descobrimos que o conhecimento científico se desenvolveu, assim como a arte da sociologia política. Entretanto, felizmente a vida, com ou sem pandemia, está sempre nos impulsionando para conquistas cada vez maiores e objetivos mais elevados.

A vida não concerne em simples repetições de experiências pregressas, as quais muitas vezes se revelam de pouco valor. Está sempre apresentando novas experiências com as quais podemos crescer para o futuro, desde que aceitemos os desafios que ela nos apresenta no presente.

       

sábado, 6 de março de 2021

MULHERES; PANDEMIA E O PRECONCEITO.

 

Manoel de Jesus[1]

 

Em 12 de março de 2020 foram registrados os primeiros dois casos da COVID-19 na cidade de Recife/Pe. Os pacientes são um casal, uma mulher de 66 anos e um homem de 71 que haviam chegados recente de Roma, na Itália, até então, segundo país com mais casos do vírus no mundo. No Brasil, o primeiro Lockdown, ou isolamento como é conhecido, aconteceu na ilha de Fernando de Noronha, e teve início no dia 09 de maio de 2020. Apenas um mês, separou Mato Grosso da tragédia vivenciada pelos pernambucanos. No dia 05 de junho; em Confresa, o Estado de MT presenciava atordoado o primeiro lockdown e o isolamento completo de uma cidade.

Em agosto, na segunda quinzena, assim que os primeiros países instituíram o isolamento como medida de combate à Covid-19, a ONU Mulheres lançou um alerta mundial, advertindo as autoridades políticas, sanitárias e organizações sociais sobre a forma como a pandemia e o isolamento social poderiam afetar as mulheres - tanto através da sobrecarga de trabalho como através do incremento dos índices de violência doméstica e diminuição de acesso a serviços de atendimento. Dados recentes publicados pela Pesquisa -IBGE, aponta que cerca de 7 milhões de mulheres deixaram seus postos de trabalho no início da pandemia, 2 milhões a mais do que o número de homens na mesma situação. Levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), aponta um aumento de 22% nos casos de feminicídio no Brasil

Formalmente o trabalho doméstico no Brasil, é exclusivamente reservado às mulheres, representando o ícone de uma desigualdade entre os gêneros masculino e feminino. Esse trabalho é marcado por dor, opressão e adoecimento, principalmente diante da naturalização da posição subalterna que a mulher ocupa na sociedade e na hierarquia da estrutura familiar tradicional, que a leva à exaustão diante dos cuidados requisitados por todos os membros da família. Muitas vezes, a própria mulher internaliza, nas relações de poder vigentes na sociedade, que cabe a ela a obrigação desses afazeres, dispensando muito pouco tempo para cuidar de si mesma, descansar ou buscar meios de lazer.

Em um dos evangelhos neotestamentários (Marcos, 5: 25 à 34); nos fala de uma mulher hemorroíssa que dada à sua condição a tornou cerimonialmente imunda, e todos quanto a tocassem tornar-se-iam imundos também.  No meio de uma grande multidão cercando Jesus, em busca de algum tipo de milagre, dado a sua condição de pária e rejeitada por toda a sociedade conhecida no contexto histórico em que vivia, ela cria que se conseguisse tocar a orla do manto de Jesus, seria curada. E enfrentando as dificuldades e vencendo sua rejeição social, a hemorroíssa conseguiu realizar o seu intento. A atitude desta mulher, das pessoas em volta de Jesus, e a reação dos discípulos do Mestre, conforme registrados no texto, nos serve para revelar que há um mundo de diferença entre o contato geral com Jesus e o contato realizado através da fé. Já se vão mais de mil anos e as mulheres em situação de isolamento social, continuam insistindo na busca da orla de uma túnica com a qual possam cobrir-se com um retalho de refrigério, por menor que seja, de esperança de dias melhores, mesmo cerceadas pelos seguidores separatistas sociais. Tomando como comparativo a mulher hemorrágica do relato, a chamada “sexo frágil” sempre enfrentou preconceitos ao longo da história.

Com o agravante do estado pandêmico em que se encontra o Brasil, as mulheres socialmente vulneráveis, de forma geral estão enfrentando um novo tipo de preconceito – a discriminação pandêmica, vendo cada vez mais distante a possibilidade de viverem dias melhores, e a constatação desta realidade está criando um estado de ansiedade e de culpa interior alimentado pelas diferenças  que se impõem à mulher dentro de uma ótica de subjugação social mais pesada e não menos cruel que tem sido a realidade da pandemia do Covid -19 dentro de cada lar.

A maioria das mulheres, além de conviver com os sintomas, com o medo dos efeitos desse novo vírus, que ainda não tem uma medicação cem por cento eficaz, têm que conviver com o preconceito e, mesmo depois de curadas, sobreviverem com a discriminação. 

 

                                        PRECONCEITO                                 DISCRIMINAÇÃO

 

 

SIGNIFICADO

 

O preconceito é uma opinião feita de forma superficial em relação a determinada pessoa ou grupo, que não é baseada em uma experiência real ou na razão.

A discriminação refere-se ao tratamento injusto ou negativo de uma pessoa ou grupo, por ela pertencer a certo grupo (como etnia, idade ou gênero). É o preconceito ou racismo em forma de ação.

Motivo

Baseado na ignorância ou em estereótipos.

Pode ser causada pelo racismo ou preconceito para com pessoas de diferente idade, gênero, raça, cor da pele, habilidades, orientação sexual, educação, local de nascimento, estado civil ou antecedentes familiares.

Resultados

Pode resultar em racismo ou discriminação de um determinado grupo.

Conduz à rejeição e exclusão de um certo grupo de pessoas, com base na etnia, causando efeitos adversos como escravidão, guerras e xenofobia, assim como causar o bullying, segregação e exclusão social, etc.

Manifestação

Como crença.

Ação.

Natureza

Não consciente.

Consciente e não consciente.

Ação legal no Brasil

Pode ser levado à justiça, de acordo com a Lei 9.459/ 1997..

Exemplo

Uma pessoa achar que alguém com obesidade não emagrece apenas porque é preguiçosa.

Uma pessoa ser considerada mais violenta apenas pela cor da pele. O fato de homens e mulheres receberem salários diferentes para realizar o mesmo trabalho.

Obs.: Lei 9.459/ 1997 - Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.



[1] - Evangelista Manoel de Jesus – Especialista em Gestão Educacional e Empresarial – Faculdade EDUVALE/Jaciara-MT; e especialista em Gestão Pública – IFMT/MT. Bacharel em Administração – Faculdade EDUVALE/Jaciara-MT; e Discente do curso de Direito – INVEST/Cuiabá_MT